Conhecido por ser um dos propensos unificadores do Egito, o rei Narmer provavelmente acompanhou ou participou deste importante momento que definiu o Egito Faraônico até o seu fim com a morte da rainha Cleópatra VII milênios depois.
Por ter sido representado em sua “Paleta de Narmer” (hoje em exposição no Egyptian Museum do Cairo) utilizando as coroas do Alto e Baixo Egito, alguns egiptólogos o adotaram não só como unificador do país, mas como o lendário Meni (Menés, em grego), embora esta não seja uma conclusão unanime.
De acordo com o arqueólogo inglês Flinders Petrie (1853 – 1942), Narmer foi sepultado no “Cemitério B”, em Abidos, mais especificamente em Umm el-Qa’ab, em uma tumba que compreende duas câmaras funerárias subterrâneas, tombadas como B17 e B18. Seus muros foram feitos com tijolos de barro e o teto com vigas de madeira.
Atualmente a disposição das paredes da sepultura é conhecida devido a presença de pedras que marcam o seu local.
Pelo o fato do túmulo ser pequeno, há quem discorde que foi aí onde Narmer teria sido sepultado, mas não é aconselhável empregar valores “atuais” (entre aspas, já que faraós do Antigo e Novo Império são conhecidos por sua busca por estruturas grandiosas) do que seria digno para um rei para a antiguidade.
Update – 19 de maio de 2013
Pergunta do Tenorio Figueredo na Pagina do A.E. em 27 de abril no Facebook e que é extremamente relevante para o post:
Tenorio Figueiredo: Márcia, como os egiptólogos atestaram que esta tumba é a do faraó Narmer? Existe inscrições?
Márcia Jamille – Arqueologia Egípcia: Sim Tenorio Figueiredo, foram encontrados selos e, posso estar enganada agora, plaquinhas com o nome dele. Acho que é no DREYER (1999), citado no post, que tem um pouquinho mais sobre o assunto. Porém, como citado no texto, alguns não concordam (talvez esperem que seja uma tumba no estilo Seti I). Existe também a possibilidade de ser uma “tumba simbólica”, o problema é que se for considerar esta como algo figurativo teremos que considerar as outras deste mesmo período e local da mesma forma, já que possuem elementos semelhantes.
Referências:
BELMONTE, Juan Antonio; GARCÍA, Antonio César González; SHALTOUT, Mosalam; FEKRI, Magdi; MIRANDA, Noemi. From Umm al Qab to Biban al Muluk: The Orientation of Royal Tombs in Ancient Egypt. Archaeologia Baltica. n. 10, p. 226 – 233 , 2008.
DREYER, Günter. “Abydos, Umm el-Qa’ab”. In: BARD, Kathryn. Encyclopedia of the Archaeology of Ancient Egypt. London: Routledge, 1999.
WILDUNG, Dietrich. O Egipto: da pré-história aos romanos (Tradução de Maria Filomena Duarte). Lisboa: Taschen, 2009.