5 mitos sobre a construção da grande pirâmide de Gizé.
Por Márcia Jamille Costa | @MJamille
Polêmica, magnânima, cara e inspiradora, estas e muitas outras palavras cairiam bem para definir a Grande Pirâmide de Gizé, um projeto inovador que o que tinha de simbólico tinha de aviso: o faraó que ali estava era alguém muito poderoso.
As pirâmides egípcias eram muito mais que um mausoléu, era um outdoor político, um trabalho na paisagem que serviu para mostrar todo o poder do faraó e o seu desejo de adentrar na eternidade. O platô de Gizé, outrora um grande jardim trabalhado com animais para a caça, hoje é de um deserto árido, mas rico em história e principalmente lendas sobre a construção da Grande Pirâmide, a pirâmide do faraó Khufu, a primeira – e maior – do local. Abaixo citei cinco dos principais mitos sobre a sua construção.
1 – A filha de Khufu (Quéops em grego) teve que se prostituir para pagar as despesas da construção;
Quem contou esta estória foi Heródoto, mas muitos das suas narrativas não são muito levadas a sério já que existem uma série de imprecisões. Hoje, ao menos entre muitos egiptólogos, já existe um consenso de que ele não se preocupava muito com a veracidade, mas em deixar sua narrativa mais elaborada.
Como não foi encontrado nenhum indício que aponte que uma das filhas de Khufu se prostituiu para ajudar ao pai esta afirmação continua a ser só um mito.
2 – A obra foi feita com trabalho escravo;
A obra foi feita com trabalhadores “remunerados” – entre aspas porque eles recebiam o pagamento em forma de comida, ou utensílios -. Não havia punições corporais para que os trabalhos transcorressem, pelo contrário, foram encontrados ossos dos trabalhadores da grande pirâmide e muitos mostravam regeneração, ou seja, foram tratados em vida.
3 – Foi construída com auxilio de elefantes;
Eu gostaria de saber quem está espalhando este absurdo. Não foram encontrados ossos de elefantes nem no platô e nem nos arredores de Gizé. De fato existiam trabalhos conjuntos entre pessoas e alguns animais (a exemplo do cão e o macaco), mas elefantes não. Para quem defende esta idéia uma justificativa plausível é de que os ossos se degeneraram com o tempo, mas devo descartar isto, o solo egípcio é bem propício a conservar ossos de íbis, imagina então de um elefante.
4 – Está posicionado com as estrelas do cinturão de Orion;
É uma das sugestões mais plausíveis para a disposição do trio de Gizé. Hoje as estrelas não estão posicionadas com as três principais pirâmides do platô, mas acredita-se que na época de Khufu o céu noturno era diferente e as estrelas e pirâmides estavam alinhadas.
5 – Obedece cálculos divinos.
A estória de cálculos divinos é superstição atual, mas diz-se que o primeiro passo para construir a Grande Pirâmide teve um ritual sagrado, afinal era um túmulo para um deus que estava sendo construído. O ritual consistiria em Khufu por a primeira estaca para demarcar o local onde se iniciaria a construção da estrutura do mausoléu. Mas os tais cálculos divinos para se descobrir os segredos do passado e do futuro é uma invenção moderna. Muitos místicos durante o século XIX e XX procuravam explicações para os “exóticos” monumentos egípcios.
Conheça mais sobre as pirâmides egípcias:
As pirâmides do Antigo Egito
Autor: Aidan Dodson
Editora: Folio
Ano de Publicação: 2007
Tradução: Francisco Manhães. Maria Júlia Braga, Carlos Nougué
Fonte (primeira imagem):
Pirâmides do platô de Gizé. Fonte: Papel de parede. Disponível em <http://www.opapeldeparede.com.br/wallpapers-9993/> Acesso em 27 de janeiro de 2011.