5 mitos da pirâmide de Khufu (Quéops)

5 mitos sobre a construção da grande pirâmide de Gizé.

Por Márcia Jamille Costa | @MJamille

Polêmica, magnânima, cara e inspiradora, estas e muitas outras palavras cairiam bem para definir a Grande Pirâmide de Gizé, um projeto inovador que o que tinha de simbólico tinha de aviso: o faraó que ali estava era alguém muito poderoso.

Pirâmides do platô de Gizé. Fonte: Papel de parede. Acesso em 27 de janeiro de 2011.

As pirâmides egípcias eram muito mais que um mausoléu, era um outdoor político, um trabalho na paisagem que serviu para mostrar todo o poder do faraó e o seu desejo de adentrar na eternidade. O platô de Gizé, outrora um grande jardim trabalhado com animais para a caça, hoje é de um deserto árido, mas rico em história e principalmente lendas sobre a construção da Grande Pirâmide, a pirâmide do faraó Khufu, a primeira – e maior – do local. Abaixo citei cinco dos principais mitos sobre a sua construção.

1 – A filha de Khufu (Quéops em grego) teve que se prostituir para pagar as despesas da construção;

Quem contou esta estória foi Heródoto, mas muitos das suas narrativas não são muito levadas a sério já que existem uma série de imprecisões. Hoje, ao menos entre muitos egiptólogos, já existe um consenso de que ele não se preocupava muito com a veracidade, mas em deixar sua narrativa mais elaborada.

Como não foi encontrado nenhum indício que aponte que uma das filhas de Khufu se prostituiu para ajudar ao pai esta afirmação continua a ser só um mito.

2 – A obra foi feita com trabalho escravo;

A obra foi feita com trabalhadores “remunerados” – entre aspas porque eles recebiam o pagamento em forma de comida, ou utensílios -. Não havia punições corporais para que os trabalhos transcorressem, pelo contrário, foram encontrados ossos dos trabalhadores da grande pirâmide e muitos mostravam regeneração, ou seja, foram tratados em vida.

Sepultura de trabalhador das pirâmides com espolio funerário. Fonte: Tomb discovery helps solve ancient slavery riddle pyramids. Disponível em < http://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-1242096/Tomb-discovery-helps-solve-ancient-slavery-riddle-pyramids.html> Acesso em 02 de fevereiro de 2011.
Sepultura de trabalhador das pirâmides. Fonte: Tomb discovery helps solve ancient slavery riddle pyramids. Disponível em < http://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-1242096/Tomb-discovery-helps-solve-ancient-slavery-riddle-pyramids.html> Acesso em 02 de fevereiro de 2011.

3 – Foi construída com auxilio de elefantes;

Eu gostaria de saber quem está espalhando este absurdo. Não foram encontrados ossos de elefantes nem no platô e nem nos arredores de Gizé. De fato existiam trabalhos conjuntos entre pessoas e alguns animais (a exemplo do cão e o macaco), mas elefantes não. Para quem defende esta idéia uma justificativa plausível é de que os ossos se degeneraram com o tempo, mas devo descartar isto, o solo egípcio é bem propício a conservar ossos de íbis, imagina então de um elefante.

4 – Está posicionado com as estrelas do cinturão de Orion;

É uma das sugestões mais plausíveis para a disposição do trio de Gizé. Hoje as estrelas não estão posicionadas com as três principais pirâmides do platô, mas acredita-se que na época de Khufu o céu noturno era diferente e as estrelas e pirâmides estavam alinhadas.

As pirâmides de Gizé supostamente seriam alinhadas, outrora, com as estrelas do cinturão de Órion.

 

5 – Obedece cálculos divinos.

A estória de cálculos divinos é superstição atual, mas diz-se que o primeiro passo para construir a Grande Pirâmide teve um ritual sagrado, afinal era um túmulo para um deus que estava sendo construído. O ritual consistiria em Khufu por a primeira estaca para demarcar o local onde se iniciaria a construção da estrutura do mausoléu. Mas os tais cálculos divinos para se descobrir os segredos do passado e do futuro é uma invenção moderna. Muitos místicos durante o século XIX e XX procuravam explicações para os “exóticos” monumentos egípcios.

 

Conheça mais sobre as pirâmides egípcias:

 

 

As pirâmides do Antigo Egito

Autor: Aidan Dodson

Editora: Folio

Ano de Publicação: 2007

Tradução: Francisco Manhães. Maria Júlia Braga, Carlos Nougué

Fonte (primeira imagem):

Pirâmides do platô de Gizé. Fonte: Papel de parede. Disponível em <http://www.opapeldeparede.com.br/wallpapers-9993/> Acesso em 27 de janeiro de 2011.