Entre as décadas de 1920 e 1930, em Tebas, na atual Luxor, Egito, arqueólogos do Instituto Oriental de Chicago fizeram uma descoberta arqueológica impressionante: os restos de uma estátua colossal que hoje tem mais de 5 metros de altura e cerca de 6 toneladas. No entanto, o que torna esta estátua ainda mais intrigante é a identidade que ela revela… Ou melhor, as identidades!
Embora ostente o nome do faraó “Horemheb”, as características faciais da estátua surpreendentemente se assemelham às do famoso rei Tutankhamon. Uma revelação que deixou os estudiosos perplexos e levantou uma série de questões sobre a história do Antigo Egito.
@amarciajamille Esta estátua do faraó Tutankhamon está no Instituto Oriental de Chicago 🤠 #egitoantigo #agoravocêsabe #arqueologia #historia #tutankamon #tutancamon #misteriosdopassado #faraó #rainhas #ciência #educação ♬ som original – márcia jamille
Esta estátua monumental ainda apresenta vestígios de tinta, permitindo imaginar sua antiga grandiosidade. O rei representado usa a coroa do Alto e Baixo Egito sobre um toucado chamado de “nemes” e ostenta uma serpente uraeus em sua testa. Além disso, ele usa um colar de contas no pescoço e veste um kilt plissado.
A estátua foi desenterrada entre os anos de 1926 e 1933, durante as escavações próximas ao templo funerário de Medinet Habu, que abriga também o templo funerário de Ramsés III. Os arqueólogos coletaram cerca de 8.000 artefatos nessa região e essa estátua colossal é um dos achados mais notáveis. No entanto, quando foi encontrada, estava quebrada em três partes: cabeça, coroa e torso.
Uma revelação ainda mais surpreendente veio à tona: na verdade, ela não é a única, foram duas as estátuas encontradas e elas são bem parecidas entre si, só que enquanto as partes de uma foram para o Instituto Oriental, a que estava mais completa foi para o Museu Egípcio do Cairo. A análise dos artefatos revelou que ambas estavam originalmente em um templo funerário anterior ao templo funerário de Medinet Habu.
No Instituto Oriental de Chicago, as peças foram montadas em uma estrutura metálica que reproduz as dimensões das pernas e da base da estátua original, inspirada nas medidas de sua contraparte no Cairo. Curiosamente, ao lado da perna esquerda da estátua, foi inserida uma imitação de vestígios de uma perna menor, possivelmente representando a rainha Ankhesenamon.
O processo de montagem e restauração das partes adicionais da estátua ocorreu entre 1933 e 1934 e foi liderado pelo restaurador do Instituto Oriental, Donato Bastiani, e seu colega Maurice Bardin.
Embora a estátua pareça representar Tutankhamon, inscrições em suas costas, cinto e base fazem referência a Horemheb, sugerindo que esse último era a figura representada. No entanto, uma inspeção mais minuciosa revelou que o nome de Ay estava oculto sob o de Horemheb.
A história por trás da estátua se torna ainda mais complexa quando se descobre que o templo funerário onde ela foi encontrada originalmente pertencia a Tutankhamon, e não a Ay e Horemheb, como inicialmente se acreditava. Assim, essa estátua colossal não apenas revela a complexidade da história egípcia antiga, mas também ilustra como as identidades e monumentos dos faraós eram frequentemente reconfigurados ao longo do tempo.
Fontes:
The Colossal Statue of Tutankhamun. Disponível em < https://www.lib.uchicago.edu/collex/exhibits/discovery-collection-memory-oriental-institute-100/colossal-statue-tutankhamun/ >. Acesso em 13 de setembro de 2023.
Colossal Statue of Tutankhamun. Disponível em < https://artsandculture.google.com/asset/colossal-statue-of-tutankhamun/5QHCGwUSCqSPXA >. Acesso em 13 de setembro de 2023.
Tutankhamun Statue. Disponível em < https://isac.uchicago.edu/gallery/tutankhamun-statue#n12287_72dpi.png >. Acesso em 13 de setembro de 2023.