Uma equipe de arqueólogos egípcios e alemães desenterrou, em uma colina em Assuã, no Egito, mais de 33 tumbas datadas da época dos faraós. Essas tumbas foram encontradas em um cemitério próximo ao mausoléu de Aga Khan. Esta localização foi extremamente visada pelos faraós por fazer parte da rota comercial que ligava o Egito à Núbia, de onde os egípcios adquiriam materiais como incenso, animais, pedras e ouro.
As tumbas descobertas datam desde o Período Tardio até o Período Greco-romano, ou seja, de 332 a.E.C. a 395 d.E.C. Acredita-se que algumas das tumbas pertençam a membros da mesma família, enterrados juntos por gerações. Entre os achados estão múmias, caixões, cartonagens coloridas, ânforas, vasos de barro, mesas de oferendas e lamparinas, possivelmente deixadas por parentes enlutados.
Embora a descoberta tenha sido anunciada recentemente, ela está relacionada a uma outra descoberta de 2015, quando uma pequena necrópole foi encontrada por ladrões de tumbas. Com a descoberta do crime, o governo egípcio pediu que uma equipe de arqueólogos investigasse o local em 2018.
Os arqueólogos constataram que o local foi utilizado por cerca de 900 anos, entre os séculos VI a.E.C. e II ou III d.E.C. Descobriu-se que a elite da época ocupava os túmulos no topo da colina, enquanto os menos abastados ficavam mais abaixo. Os médicos do Hospital Universitário de Assuã realizaram análises com raio-x, tomografia computadorizada e exames de DNA, descobrindo que a causa de morte mais comum foi a anemia, além de doenças infecciosas, independente da classe social. Análises das espinhas dorsais das múmias revelaram que alguns morreram de tuberculose, uma doença altamente infecciosa e transmissível.
As tumbas variam em estrutura; algumas possuem uma entrada em arco que leva a áreas cercadas por paredes de barro, enquanto outras foram esculpidas diretamente na rocha. Ao que tudo indica, até mesmo pelo histórico da região, é que mais sepulturas sejam encontradas.
Fontes:
The international cooperation between the Egyptian Ministry of Antiquities and the University of Milan for the excavation and preservation of an endangered site in Aswan. Disponível em < https://www.archcalc.cnr.it/journal/id.php?id=oai:www.archcalc.cnr.it/journal/A_C_oai_Archive.xml:1087 >. Acesso em 7 de julho de 2024.
Greco-roman–era tombs discovered in egypt. Disponível em < https://archaeology.org/news/2023/10/06/greco-roman-era-tombs-discovered-in-egypt/ >. Acesso em 7 de julho de 2024.
Excavations in Aswan uncover 33 ancient tombs. Disponível em < https://www.egyptindependent.com/excavations-in-aswan-uncover-33-ancient-tombs/#google_vignette >. Acesso em 7 de julho de 2024.
‘Exceptional’ discovery reveals more than 30 ancient Egyptian tombs built into hillside. Disponível em < https://www.livescience.com/archaeology/ancient-egyptians/exceptional-discovery-reveals-more-than-30-ancient-egyptian-tombs-built-into-hillside >. Acesso em 7 de julho de 2024.
New Discovery of Ancient Tombs in Aswan Yields Insight into Historical Diseases. Disponível em < https://www.facebook.com/100063944743762/posts/pfbid02spJc4ZUoqsmiscEyu2TJPU61PpJqh8QnDfnpCYaXiLjzykuBmQER8yQCRfA91Pcol/>. Acesso em 7 de julho de 2024.
Aswan’s newly discovered Graeco-Roman family tombs shed light on diseases. Disponível em < https://english.ahram.org.eg/News/525956.aspx>. Acesso em 7 de julho de 2024.