Inauguração oficial do Grande Museu Egípcio mostrou que o Egito Antigo não saiu de moda

Depois de mais de três décadas de espera, o Grande Museu Egípcio foi oficialmente inaugurado no dia 1º de novembro de 2025! E é incrível rememorar que a ideia de construir o museu surgiu em 1992, durante o governo de Hosni Mubarak, que abriu em 2002 um concurso internacional de arquitetura para escolher como seria o edifício. O projeto vencedor foi o do escritório Heneghan Peng, de Dublin. Então, as preparações para a construção começariam em 2005, porém o avanço real só aconteceu anos depois, em 2012.

Mesmo antes da inauguração, o GEM já era reconhecido como o maior museu do mundo dedicado a uma única civilização, a egípcia. Ele é fruto de uma parceria entre o Egito e o Japão, que emprestou cerca de US$ 800 milhões por meio da Agência de Cooperação Internacional Japonesa. O custo total, porém, ultrapassou US$ 1 bilhão, tornando o projeto um dos maiores empreendimentos culturais da África e do Oriente Médio.

O edifício do museu:

O museu foi idealizado para abrigar mais de 100 mil artefatos, sendo cerca de 5 mil pertencentes a Tutankhamon. A ideia é cobrir mais de 5 mil anos de história, desde o período Pré-Dinástico até a era Romana. As exposições foram organizadas de forma cronológica e contam com laboratórios de conservação de última geração.

Entre as grandes atrações estão o Obelisco Suspenso, a fachada monumental, a barca solar de Khufu, a estátua de Ramsés II e, claro, a máscara dourada de Tutankhamon.
O edifício, com 480 mil m², foi projetado de modo que os visitantes possam ver as Pirâmides de Gizé através de grandes janelas de vidro. O museu também possui um jardim com palmeiras, papiros, lótus e acácias, e abriga o maior centro de conservação do Oriente Médio, com 17 laboratórios especializados em materiais como madeira, tecidos, metais e papiros. Estes laboratórios são o fruto de uma colaboração entre especialistas egípcios, japoneses, franceses e ingleses.

Além das galerias tradicionais, o GEM apostou em experiências imersivas, incluindo simulações virtuais, como as anotações de Howard Carter, a capela funerária de Khnumhotep II, o Livro dos Dois Caminhos e a Expedição a Punt, da rainha Hatshepsut.

E sim, também há uma loja de lembrancinhas (e já prevejo que vou gastar todo o meu dinheiro lá!)

A inauguração oficial:

Dentre várias coisas que foram definidas para comemorar a inauguração oficial, foram preparados alguns produtos para que os visitantes possam ter uma lembrancinha deste momento. Um deles são moedas comemorativas de ouro e prata com ícones como o Obelisco Suspenso, a barca solar de Khufu e a máscara dourada de Tutankhamon. Cada uma virá com um certificado histórico. Também foi criada uma coleção de selos comemorativos.

Já para a cerimônia em si, o governo egípcio instalou telões nas praças e ruas de Gizé para que todos pudessem acompanhar, além de decretar feriado nacional.
A noite do evento foi marcada por muita música e performances de dança. A orquestra principal foi conduzida pelo maestro Nayer Nagui, com composição de Hesham Nazih, e reuniu artistas do Egito e do mundo todo em um momento emocionante onde até mesmo o Brasil esteve presente durante a performance. Dançarinos e músicos no Rio de Janeiro fizeram parte da coreografia.

Um dos momentos mais aguardados do evento foi a revelação de dois dos artefatos mais icônicos do museu (ao menos na minha opinião): a barca solar do faraó Khufu (Quéops, em grego) e a máscara mortuária do faraó Tutankhamon. Sobre esta última, ela marcou o momento auge da noite, com sua revelação já em seu novo lar. A sua transferência do Museu Egípcio do Cairo para o Grande Museu Egípcio foi muito discreta, mas a sua revelação foi tão pomposa que contou até mesmo com um show de drones que projetou o rosto faraó no céu do Cairo. Certamente foi um dos momentos mais mágicos da noite.

As novas galerias dedicadas a Tutankhamon ocupam cerca de 7.500 m² e reúnem todos os objetos encontrados na tumba em 1922, de sandálias e tecidos até carruagens, armas e mobiliário, todos juntos novamente depois de mais de um século.

Agora, o que se espera é que o Grande Museu Egípcio receba até 5 milhões de visitantes por ano, consolidando o Egito como um dos grandes polos mundiais de turismo e pesquisa arqueológica.

E no fim, a inauguração foi um sucesso absoluto, comentada em todo o mundo e celebrada como um marco histórico para a cultura egípcia.

E para quem tiver interesse em assistir a live da cerimônia completa e comentada por mim, o vídeo está disponível para membros assinantes do meu canal de Egiptologia e também para os membros assinantes da minha Twitch (na Twitch você consegue assistir ao vídeo de graça usando sua inscrição do Prime da Amazon; Clique aqui e saiba mais). Não deixem de assistir, vale super a pena! Em breve também lançarei um vídeo para todos os seguidores.