Por Márcia Jamille Costa | @MJamille
O Ministério da Educação (MEC) deu ao curso de Arqueologia (modalidade Bacharelado) da Universidade Federal de Sergipe (UFS) nota 05 (a máxima) e ao mestrado da mesma instituição nota 04. A primeira turma de Arqueologia (Bacharelado) foi aberta em 2007 com 50 pessoas e se formaram cerca de 20, e a primeira turma de mestrado abriu agora em 2011 com 20 pessoas. Ambos os cursos abrangem várias áreas como Bioarqueologia, análise lítica, análise de registro rupestre, Arqueologia Subaquática, análise de cerâmica, dentre outros.
Abaixo matéria no portal da UFS falando sobre a avaliação:
O Ministério da Educação atribuiu nota máxima ao curso de Bacharelado em Arqueologia da Universidade Federal de Sergipe. A nota 5 (cinco) da avaliação pelo MEC foi a primeira nota máxima concedida a um curso de graduação da UFS e representa a excelência no ensino superior, atribuída após vistoria in loco da estrutura física, corpo docente e aspectos acadêmicos curriculares.
Para a professora Olívia Alexandre de Carvalho, coordenadora do curso de Arqueologia, a avaliação do MEC é o retorno de um trabalho conjunto entre o corpo docente e os próprios estudantes, que se mostram cada vez mais motivados com o curso. “Ficamos extremamente satisfeitos com a avaliação do MEC, uma vez que compomos um curso relativamente novo na universidade, num campus que não é o central, mas que desenvolve seu compromisso de forma ímpar, estimulando os alunos a conhecer os verdadeiros desafios da Arqueologia e fazendo com que os professores se sintam mais instigados a realizar pesquisas”, explicou a professora Olívia.
Criado em 2007, o curso de Arqueologia da UFS está sediado no Campus de Laranjeiras, intitulado Campus das Artes, e oferta cinquenta vagas anuais para o turno vespertino. Em novembro de 2010, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) aprovou o mestrado na área, atribuindo-lhe conceito 4 (o maior índice é 5), gerando oportunidades para a ampliação de pesquisas na área. “Sem dúvidas, o conceito da graduação interfere no avanço da estrutura completa de um curso e acredito que estamos no caminho certo para essa evolução. Nosso objetivo é formar os estudantes e oferecer-lhes perspectivas de continuidade para que sejam inseridos no mercado de trabalho. Já conseguimos o mestrado e objetivamos um doutorado mais na frente”, salienta Olívia.
É esse avanço no currículo do curso que tem motivado a estudante Márcia Melo em relação aos estudos arqueológicos. “Foi muito gratificante entrar nesta graduação em 2010 e saber que já haveria uma possibilidade concreta de mestrado, que se consolidou ao mesmo tempo em que a primeira turma do curso estava se formando. Isso gerou possibilidades de crescimento profissional para quem estava saindo, tanto que muitos alunos saíram da graduação e logo ingressaram no mestrado. Para quem está no início, como eu, é uma motivação a mais para aprimorar o conhecimento, já que estamos diante de um curso tão novo e tão promissor”, salienta Márcia, aluna do 3º período de Arqueologia.
Arqueologia: um estudo além da escavação
As telas do cinema costumam remeter o trabalho do arqueólogo única e exclusivamente as escavações árduas e demoradas, entretanto é preciso muita – e muita mesmo – pesquisa e teoria antes deste estágio da profissão. Conhecer o sítio arqueológico antes de escavá-lo é de fundamental importância para o sucesso de um trabalho. Além disso, é preciso ter disciplina para não pular etapas de pesquisa. “Os alunos têm essa imagem estereotipada do cinema e, logo no primeiro período já falam em escavar, escavar e escavar. Não é assim. Não se podem ultrapassar etapas de uma pesquisa nem de uma profissão”, explica a professora Olívia. Ela diz ainda que, para ingressar na área, o aluno precisa ter certas características, tais como curiosidade, paciência e disciplina. “Tem que gostar muito de estudar e, sobretudo, ter paciência porque os frutos da Arqueologia vêm a longo prazo. A curiosidade também dá um complemento, já que é preciso querer saber sempre mais, ter essa necessidade”, completa.
Com essas qualidades, o arqueólogo desenvolverá sua principal tarefa, que é pesquisar através de escavações vestígios materiais de civilizações e culturas, preservando o patrimônio histórico e pré-histórico. Em Sergipe, o curso é oferecido apenas na UFS e tem como disciplinas básicas: Fundamentos da Arqueologia, Metodologia Científica Aplicada, Geoarqueologia, Bioarqueologia e Patrimônio Arquitetônico. Já com o diploma em mãos, o arqueólogo poderá optar por duas vertentes: a acadêmica e a que se conhece por Arqueologia de Contrato. A primeira tem como principal objetivo a pesquisa, estando ligada a mestrados e doutorados. A segunda visa analisar áreas de construção em sítios arqueológicos, estando ligada a trabalhos em obras de prefeituras, governos e outros. Há ainda, claro, a possibilidade de ensino em salas de aula. “Cada construção feita em lugares de preservação histórica precisa da assinatura, do consentimento, de um arqueólogo. É ele quem vai dizer se há a necessidade de fazer um salvamento dos vestígios arqueológicos. Normalmente, associamos tais decisões aos profissionais da Biologia e da Engenharia, mas estamos diante de um trabalho conjunto e necessário e um arqueólogo é de fundamental importância neste processo”, afirma a professora Olívia.
Fonte: MEC dá Nota Máxima para Arqueologia da UFS. Disponível em <http://www.ufs.br/?pg=clipping&id=2018> Acesso em 18 de maio de 2011.
Algumas fotos do Campus de Laranjeiras e atividades do curso de graduação em Arqueologia:
Site do curso: www.laranjeiras.ufs.br/nar/