Por Márcia Jamille Costa | @MJamille | Instagram
Há mais de uma década a comunidade de arqueologia, em especial a egípcia e a clássica, tem esperado ansiosamente pela abertura do Grande Museu Egípcio, que já possui o título de o maior museu do mundo dedicado a uma única civilização da antiguidade.
O museu não está totalmente pronto, mas alguns dos seus laboratórios já estão em funcionamento. Contudo, sua abertura oficial foi cancelada vária vezes e tínhamos a garantia de que ela iria ocorrer agora no final de 2020. Isso, inclusive, foi muito bem salientado pelo arqueólogo Zahi Hawass durante a entrevista que fiz com ele no momento da abertura do museu “Tutankhamon” em Curitiba.
— Entrevistei o arqueólogo Zahi Hawass (Vídeo)
Porém, graças à pandemia da CODVID-19 (coronavírus) a sua inauguração oficial foi mais uma vez cancelada, passado agora para o início de 2021. Atraso necessário, visto que uma das formas de contágio deste vírus é através da aglomeração de pessoas. Uma data ainda não foi definida, uma vez que o governo egípcio está focando em observar alterações no status da pandemia.
E é uma grata surpresa saber que a arquitetura do museu de antemão já tinha como um dos objetivos justamente evitar aglomerações entre os visitantes. O Dr. Tarek Tawfik, professor associado da Faculdade de Arqueologia da Universidade do Cairo e o primeiro ex-diretor geral do projeto do Grande Museu Egípcio, em declaração para a Forbes, explicou que a amplitude do museu beneficia o distanciamento social. “Obviamente, a higiene é um grande problema”, explicou Tawfik, “mas com esse espaço, teremos um bom fluxo de visitantes e opções como a capacidade de baixar comentários com códigos QR diretamente no seu dispositivo pessoal em vez de usar o equipamento do museu”. Basicamente o visitante só precisará baixar as informações das peças em exibição diretamente em seu celular, sem a necessidade de tocar em botões ou equipamentos da exposição do museu, evitando assim algum tipo de contágio.
O Grande Museu Egípcio tem vista para as pirâmides do Platô de Gizé e dentro dele os visitantes encontrarão restaurantes, lojas, auditório e áreas recreativas, além das exposições de arqueologia, claro. Vários artefatos de grande valor simbólico e histórico foram transferidos para lá, tais como a maioria dos artefatos relacionados ao faraó Tutankhamon (exceto sua máscara mortuária, que será transferida do Museu do Cairo para o Grande Museu durante uma cerimônia solene) e os 30 ataúdes de madeira encontrados na vila de Al-Assasif (próxima da cidade de Luxor).
(…) mas com esse espaço, teremos um bom fluxo de visitantes e opções como a capacidade de baixar comentários com códigos QR diretamente no seu dispositivo pessoal em vez de usar o equipamento do museu
Certamente em breve teremos mais novidades.
Fontes:
You Won’t Have To Wait An Eternity To See King Tut At The Grand Egyptian Museum (GEM). Disponível em < https://www.forbes.com/sites/gretchenkelly/2020/04/26/you-wont-have-to-wait-an-eternity-to-see-king-tut-at-the-grand-egyptian-museum-gem/#7a1333367760 >. Acesso em 23 de maio de 2020.