Por Márcia Jamille Costa | @MJamille
O desrespeito com pessoas de baixa estatura não é coisa atual, em todos os continentes durante alguma época tanto anões como pigmeus eram excluídos da sociedade, no entanto, no antigo Egito eles faziam parte da vida cotidiana e muitas vezes eram aclamados.
Os anões eram comuns nas terras do Nilo, mas os pigmeus acabaram por ser o objeto de curiosidade de uma criança durante o Antigo Império: os antigos textos revelam a expectativa do rei Pepi II quando tinha oito anos esperando a chegada de um bailarino pigmeu que vinha a bordo de um dos seus navios que regressava da Núbia (atual Sudão). Ele escreveu ao comandante:
Apressa-te e traz contigo este pigmeu pra ele agradar meu coração. Quanto esteja contigo na embarcação, faz com que sempre haja homens valorosos a seu redor no convés, para evitar que possa cair na água.
Erra quem acredita que os pigmeus e anões tinham só como propósito propiciar diversão na corte, estes últimos, por exemplo, atendiam as necessidades do seu senhor cuidando dos animais domésticos da casa ou como copeiros, dentre outras funções.
Conhecemos muitas das histórias destas pessoas porque eles conviviam com nobres e principalmente com os faraós e independente das suas privações advindas da estatura exerciam cargos importantes na corte.
Um representante divino
No panteão egípcio há um deus anão de aparência excêntrica, barbudo e de orelhas roliças, chamado Bes. Ele afastava os maus espíritos tendo a sua imagem pintada em móveis, objetos de decoração e esculpida como pequenas estatuas, o que o classifica como uma divindade doméstica.
Embora hora ou outra seja ligado à sexualidade, uma das suas principais funções era cuidar do parto, impedindo que ocorressem problemas com a mãe e a criança durante a gravidez.