Você já ouviu falar da fabulosa descoberta da tumba do faraó Tutankhamon? Ela ocorreu há quase 100 anos, no dia 4 de novembro de 1922. Realizada pelo arqueólogo inglês Howard Carter, seu descobrimento é importante devido a uma série de motivos: um deles é que por ter sido uma tumba encontrada praticamente intacta ela permitiu que pudéssemos conhecer alguns artefatos provenientes do Egito Antigo. Artefatos esses que antes ou eram conhecidos somente devido a ilustrações que enfeitavam paredes de tumbas ou que nem sequer se sabia de sua existência.
O outro ponto que torna essa descoberta tão importante é que ela foi tão amplamente registrada pela equipe que trabalhou nela que podemos refazer muitos dos passos desses pesquisadores. Dentre esses registros estava o fotográfico.
Quer saber um pouco sobre tudo isso? Então vem comigo, porque além de conhecer sobre a história da descoberta da tumba de Tutankhamon, você entenderá as aplicações de fotografias em trabalhos de arqueologia.
E de quebra comprando a entrada para essa palestra, você ajudará a patrocinar o vídeo do Arqueologia pelo Mundo sobre a descoberta da sepultura desse faraó. Caso queira comprar seu ingresso, clique no “+” (para definir o número de ingressos) e depois no botão verde “COMPRAR INGRESSOS“:
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Como assistir essa palestra?
A palestra será veiculada exclusivamente de forma online através da plataforma Zoom (por isso já baixe o programa — que é gratuito — com antecedência). O Sympla enviará um e-mail onde estarão detalhes de como acessar a sala. Você poderá assistir ao evento pelo computador, smatphone ou tablet. Caso você não possa estar presente no momento da palestra, não se preocupe, ela será gravada e disponibilizada para todos os inscritos, assim, você poderá assisti-la depois com calma.
Não se preocupem! O Sympla disponibiliza certificados! Notem que só receberá o certificado quem fizer o check-in na hora do evento. Veja algumas das fotografias da época:
Na década de 1920, quando o arqueólogo inglês Howard Carter entrou na câmara mortuária do faraó Tutankhamon encontrou o rei descansando dentro de três sarcófagos. Todos ricamente decorados com ouro e pedras preciosas: O sarcófago mais interior (1) é feito em ouro maciço e pesa 110,4 KG, o intermediário (2) é de madeira folheada com ouro e incrustações, já o sarcófago externo (3) foi feito com incrustações de marchetaria e ouro. Algo parecido nunca tinha sido visto na arqueologia egípcia.
Ao terminar os trabalhos de esvaziar a tumba uma questão importante surgiu: o que seria feita da múmia?
Todos os corpos de reis encontrados em anos anteriores já estavam desprovidos de suas riquezas, jogados em algum canto por algum ladrão de sepulturas e posteriormente resgatados por arqueólogos e levados para o Museu Egípcio do Cairo.
Mas, Tutankhamon foi um caso diferente, ele estava em uma tumba praticamente intacta, ou seja, da mesma forma que os antigos egípcios tinham o deixado no passado, ele estava quando Carter o encontrou.
E talvez para respeitar isto o arqueólogo e o governo egípcio acharam por bem deixar o rei selado em sua sepultura, dentro de um dos sarcófagos. O escolhido foi o sarcófago exterior, que mais uma vez foi fechado até o ano de 1968, quando foi aberto pelo professor Ronald Harrison para realizar um exame de raio-x em Tutankhamon.
Com a abertura do sarcófago em 1968, Tutankhamon, pela segunda vez na era moderna, ficou visivel às pessoas.
O sarcófago e a múmia foram mexidos novamente, mas em 2005, quando foi realizada uma tomografia no corpo, entretanto Tutankhamon não voltou para o sarcófago, passando a ser exposto na tumba dentro de uma vitrine de vidro.
Agora, 2019, o sarcófago foi movido mais uma vez. Ele foi enviado para o laboratório de restauros do Grande Museu Egípcio, cuja inauguração espera-se que ocorra em 2020. Em uma análise preliminar já foi constatado que o artefato está apresentando rachaduras, por isso algumas medidas estão sendo tomadas para que ele esteja seguro quando for apresentado oficialmente para a mídia local e internacional. Entretanto, o restauro de fato durará cerca de oito meses.
No último dia 04 de novembro foi comemorado os 96 anos da descoberta da tumba do faraó Tutankhamon. Porém, dada a importância deste acontecimento, a comemoração do aniversário se estenderá até o final deste mês e as celebrações incluirão a abertura de novos projetos arqueológicos, palestras de professores e cientistas, exposições de arte e shows folclóricos na província de Luxor, onde se encontra o cemitério onde o faraó foi sepultado: o Vale dos Reis.
Imagem da tumba na época da descoberta. Foto: Harry Burton.
Tudo está sendo organizado por instituições tais como a Biblioteca de Luxor, A Faculdade de Belas Artes, o Museu de Mumificação, Antiguidades da região do Alto Egito, a Autoridade dos Palácios Culturais e o Museu de Luxor.
A ideia do evento é discutir a descoberta desde o seu início até a sua conclusão. Assim, como mostrar ao público a sua importância.
Aqui no Arqueologia Egípcia temos vários textos e vídeos sobre o Tutankhamon. Clique aqui e veja alguns deles. Abaixo vocês podem conferir um vídeo onde separei 7 fotos da época da descoberta. Todas as fotografias, sem exceção, são de autoria do fotografo Harry Burton:
E neste vocês poderão conferir a conclusão das buscas por “câmaras ocultas” na tumba dele:
Fonte:
Luxor celebrates 96th anniversary of Tutankhamun discovery. Disponível em < https://www.egyptindependent.com/luxor-celebrates-96th-anniversary-of-tutankhamun-discovery/ >. Acesso em 09 de novembro de 2018.
A história da descoberta da tumba do faraó Tutankhamon é quase mitológica: ela foi encontrada no Vale dos Reis pelo arqueólogo inglês Howard Carter que, por quase uma década, estava na esperança de fazer uma grande descoberta. Isso dependendo do dinheiro e da paciência do seu mecenas, Lord Carnarvon, um nobre inglês que, a essa altura, já tinha dado um ultimato ao pesquisador, deixando claro que aquele ano seria o último da busca.
Coincidentemente, após quatro dias de iniciados os trabalhos, em 04 de novembro de 1922 o primeiro degrau da sepultura, identificado mais tarde pelo número tombo 433, foi encontrado (JAMES, 2005). E quando a primeira câmara foi aberta em 26 de novembro e os artefatos vislumbrados pela primeira vez em 3 mil anos, já estava claro que aquela seria considerada uma das maiores descobertas arqueológicas do século. Claro que como tudo o que chama atenção uma série de especulações começaram a surgir.
Ataúde de Tutankhamon.
Primeira câmara da tumba com os artefatos ainda em seus lugares originais. Foto: Harry Burton.
Enquanto eu escrevia o meu livro, “Tutankhamon, 1922 e o Vale dos Reis”, eu soube de algumas delas. Uma era a de que Carter teria recebido uma dica da localização da tumba por parte de um homem da família Abd-el-Rassul, famosa por roubos de sepulturas. A denúncia foi realizada pelo o próprio filho desse homem, Housein (MULLER; THIEM, 2006). Uma acusação infundada, afinal, a tumba estava completamente oculta por cascalhos e cabanas de operários datadas do Período Faraónico. Era simplesmente impossível alguém saber da existência do túmulo.
Hag Mahmoud Abd El-rassul segurando a foto de Hussein (idoso e criança). Autor da foto: desconhecido.
Agora em 2016 foi lançada uma matéria no El Mundo intitulada El niño que descubrió la tumba de Tutankamón (O garoto que descobriu a tumba de Tutankhamon). Garoto esse que a reportagem revela mais tarde ser o Housein. De acordo com a notícia, um homem chamado Mohamed Abd-el-Rassul afirma que foi seu avô, o Housein, quem encontrou o sepulcro enquanto levava água para membros da expedição.
De fato, o menino Housein encontrou o primeiro degrau, isso não é segredo (os livros mais completos sobre a história da descoberta não deixam de citá-lo, inclusive), mas ele não deve levar todo o crédito de ser o responsável por encontrar a tumba. Quando analisei os registros de Carter foi possível observar que ele anotava tudo o que considerava relevante sobre os trabalhos do dia, inclusive sobre como separou o Vale em seções e deu a ordem aos trabalhadores para que escavassem até a rocha. Também é conhecido que era (e ainda é) um costume os arqueólogos que trabalham no país raramente efetuar as escavações com as suas próprias mãos, deixando que esse seja o papel dos auxiliares[1] (o que sou totalmente contra), logo, se não fosse o menino, qualquer outra pessoa da equipe limpando a área encontraria o degrau. Não foi por perspicácia ou conhecimento prévio que ele encontrou a escada, ele só estava no lugar certo na hora perfeita.
Para homenagear Housein os seus descendentes criaram um mini museu para resgatar a sua memória. Não existe nada de errado nisso, até porque a arqueologia egípcia é extremamente injusta com os nativos e o Housein deve ser sim rememorado, mas não da forma como estão o vendendo: a imagem de uma pessoa com um conhecimento prévio da localização da tumba e injustiçado pela história.
Saiba um pouco mais sobre o faraó Tutankhamon:
Referências bibliográficas:
ALLEN, Susan J. Tutankhamun’s Tomb: The thrill of discovery. New York: Metropolitan Museum of Art, 2006.
JAMES, Henry. Tutancâmon (Tradução de Francisco Manhães). Barcelona: Folio, 2005.
MULLER, Hans Wolfgang; CRESCIMBENE, Simonetta. Egito. (Tradução de Leila Mascioli). São Paulo: Manole, 1998.
REEVES, Nicholas. The Complete Tutankhamun. London: Thames & Hudson, 2008.
Hoje, 4 de novembro, o Egito está comemorando os 93 anos de descoberta da tumba do faraó Tutankhamon e na internet pessoas ao redor do mundo estão prestando homenagens. No embalo, a Dynamichrome lançou na internet o seu trabalho de coloração das fotos da descoberta. O trabalho estará exposto na exposição “The Discovery of King Tut”, que será inaugurada em Nova York em 21 de novembro e que além das fotos contará com uma mostra de com réplicas dos artefatos encontrados na tumba. Confira abaixo o resultado:
Até mesmo uma foto do Lorde Carnarvon, o patrocinador da descoberta e que faleceu seis semanas após a mesma, foi colorida.
Imagens: The Griffith Institute Colorização: Dynamichrome