No momento em que escrevo esse post, o Ministério de Turismo e Antiguidades do Egito está se preparando para anunciar mais uma descoberta arqueológica. Ela está sendo definida como uma das mais “importantes” já realizadas.
De acordo com o que já foi liberado, ela foi feita na região de Saqqara, durante escavações de uma missão de arqueologia chefiada pelo arqueólogo Zahi Hawass. Os trabalhos estão sendo realizados ao lado da pirâmide do rei Teti I, que reinou durante a 6ª Dinastia (Antigo Reino).
Pirâmide de Teti I
Por hora, o que sabemos é que trata-se da descoberta de poços funerários contendo ataúdes (o que chamamos no Brasil de sarcófagos) ainda com suas respectivas múmias e que são datados do Novo Império.
Cerâmicas e restos esqueletizados também foram encontrados.
De acordo com a equipe, esse achado ajudará a lançar luz sobre uma parte da história de Saqqara, especialmente a ver com os cemitérios datados da 18ª e 19ª Dinastias.
Descoberta em 1922 pelo arqueólogo inglês Howard Carter, a tumba de Tutankhamon é uma das descobertas arqueológicas mais importantes da arqueologia egípcia. Um dos motivos? Ela foi encontrada praticamente intacta, ainda lacrada com o selo das necrópoles que foram postos lá há mais de 3000 anos. O outro foi por ter sido amplamente documentada por Carter, coisa que os arqueólogos da época raramente faziam.
E apesar de ser pequena, ela possui informações interessantes sobre o Egito Antigo, além de várias curiosidades. Por exemplo, sabia que no seu interior existia uma parede falsa que leva ao espaço que hoje chamamos de “câmara funerária”? É possível enxergar essa parede na foto que foi tirada por Harry Burton, fotógrafo oficial da missão de arqueologia — vejaafotono vídeo.
Então, que tal fazer um tour virtual por ela? E ainda com uma explicação detalhada de cada imagem presente? Veja o vídeo abaixo do canal Arqueologia pelo Mundo:
O ministro de turismo e antiguidades do Egito, Khaled el-Anani, inspecionou semana passada os últimos detalhes da finalização do salão de exposições do Museu Nacional da Civilização Egípcia em Fustat, um dos projetos mais importantes realizados pelo governo egípcio em cooperação com a UNESCO. A inspeção teve início verificando a operação de portas eletrônicas para entrada e saída, depois ele assistiu alguns artefatos arqueológicos sendo alocados na sala de exposições e por fim, verificou os preparativos para receber as múmias reais que estão no Museu Egípcio do Cairo.
Essas múmias serão transferidas sob um esquema de alta segurança e o treino para esse momento histórico foi feito no dia 14 de janeiro (2020). Elas são importantes porque foram encontradas no final do século 19 na TT320, um esconderijo real localizado em Deir el Bahari. Entre os corpos está Ramsés II, Seqenenre Tao, Tutmés III, Seti I, Hatshepsut e as rainhas Meritamen e a Ahmose Nefertari.
Originalmente o governo egípcio esperava convidar a imprensa internacional para acompanhar o cotejo fúnebre. Contudo, devido a pandemia do novo coronavírus, provavelmente esses planos mudarão.
Outros artefatos tão interessantes quanto:
O professor Moamen Othman, chefe do setor de museus e membro do comitê de exibição do museu, disse que o salão de exposições principal inclui uma variedade de artefatos. São alguns deles:
Objetos que pertenceram a um sacerdote egípcio que viveu durante o Novo Reino;
Estátuas datadas do Antigo Reino representando pessoas cozinhando;
Estátuas de madeira datadas do Novo Reino representando divindades;
Um conjunto de potes e amuletos do rei Tutmés IV, todos feitos de faiança azul;
Um papiro e uma cópia do “Livro dos Mortos” datados da época tardia;
Uma porta de madeira que pertence a um antigo engenheiro egípcio;
Uma estátua de um escriba feita de granito vermelho junto com ferramentas de escrita, tintas e pincéis;
Uma estátua representando uma amamentação e uma placa de nascimento do Novo Reino;
Esfinges do rei Amenemhat III;
Uma estátua sentada do rei Tutmés III;
Cerca de 50 lamparinas da era islâmica;
Parte de um pé de uma múmia com um dedo protético de madeira anexado.
O Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito está se preparando para transferir as múmias de alguns dos mais famosos faraós, que há mais de um século estão no Museu Egípcio do Cairo, para o Museu Nacional da Civilização Egípcia de Fustat.
No total, 22 múmias reais serão transferidas sendo 4 delas de rainhas. Cada uma em seus próprios recipientes especiais para protegê-las de choques ou danos. Esses corpos foram encontrados no final do século 19 na TT320, um esconderijo real localizado em Deir el Bahari. Entre as múmias transferidas está Ramsés II, Seqenenre Tao, Tutmés III, Seti I, Hatshepsut e as rainhas Meritamen e a Ahmose Nefertari.
As múmias serão transferidas sob alta segurança. E inclusive o governo egípcio realizou no último dia 14 de janeiro (2020) um ensaio de como isso será feito. A transferência será coberta pela imprensa internacional, mas a data ainda não foi liberada. No vídeo abaixo você poderá conferir mais sobre esta notícia e saber o que será feita da múmia do faraó Tutankhamon.
Fonte:
Preparations for transfer of 22 royal mummies finalized. Disponível em < https://www.egypttoday.com/Article/4/79668/Preparations-for-transfer-of-22-royal-mummies-finalized >. Acesso em 17 de janeiro de 2020.
Quando o filme “A Múmia” (1999) estreou arrecadou milhares de fãs ao redor do mundo e junto com a fama veio alguns estereótipos: foi graças a esta obra de aventura que muitos dos amantes da antiga cultura egípcia vieram a se familiarizar com a imagem dos escaravelhos sagrados que, apesar de pequenos, eram extremamente mortais: em todos os seus momentos de tela eles aparecem devorando carne humana viva.
Entretanto, este animal jamais existiu!
Escaravelho sagrado egípcio.
Existem várias espécies de escaravelhos, com diferentes colorações e formatos. E algumas de fato comem carne humana, mas somente em decomposição. No caso do Egito além de ser insetos inofensivos, possuíam um papel extremamente importante, sendo considerados uma das imagens de uma importante divindade criadora, o Khepri.
Sarcófagos e múmias de escaravelhos. Foto: Ministério das Antiguidades do Egito
Khepri era tido como a manifestação do sol nascente, ou seja, ele era uma divindade solar e uma das formas do deus Rá. Para variar, os antigos egípcios achavam que não existiam fêmeas entre os escaravelhos e que eles nasciam “do nada” de dentro das bolas de estrume que eles carregam de um lado para o outro. Este seria um dos motivos para os egípcios adotar Khepri como um deus criador.
Escaravelho com uma bola de estrume.
Deus Khepri.
Fontes:
DAVID, Rosalie. Religião e Magia no Antigo Egito (Tradução de Angela Machado). Rio de Janeiro: Difel, 2011.
IKRAM, Salima. Divine Creatures: Animal Mummies in Ancient Egypt. Cairo: The American University in Cairo, 2005.
SHAFER, Byron. Sociedade, moralidade e práticas religiosas (Tradução de Luis Krausz). São Paulo: Nova Alexandria, 2002.
A arqueologia é uma ciência cheia de surpresas, em especial graças aos momentos e lugares inusitados em que podem ocorrer descobertas arqueológicas. E foi isto o que ocorreu há algumas semanas no Museu de Luxor: em seu depósito foi encontrada uma misteriosa caixa e dentro dela estavam partes de um dos artefatos encontrados na KV-62, tumba do faraó Tutankhamon. A tumba deste rei foi descoberta em 1922 praticamente intacta e em seu interior foram encontrados mais de 5.300 objetos.
Foto: Museu de Luxor.
Quem encontrou a caixa foi o diretor de arqueologia e comunicação do museu, Mohamed Atwa. Em um comunicado à imprensa ele relatou o seu susto e a emoção de ter a encontrado:
“É a descoberta mais empolgante da minha carreira. É incrível que depois de todos esses anos ainda temos novas descobertas e novos segredos para este rei dourado, Tutankhamon.”
Ele ainda explicou que encontrou a caixa enquanto estava separando alguns artefatos pertencentes a Tutankhamon e que seriam enviados para o Grande Museu Egípcio. O qual, espera-se, seja inaugurado ano que vem.
Foto: Museu de Luxor.
Dentre os objetos dentro da caixa estava um mastro de madeira, um conjunto de cordinhas e uma cabeça de madeira em miniatura coberta por folhas de ouro. Veja o vídeo abaixo para conhecer mais sobre este artefato e para entender os motivos que levaram os egípcios antigos a colocar embarcações dentro de tumbas:
Outra curiosidade é que estes objetos estavam embrulhados dentro de um jornal datado do dia 5 de novembro de 1933, um domingo. Porém, o museu deu a caixa como desaparecida desde 1973.
As embarcações eram extremamente importantes para os antigos egípcios, tão importantes que eram representadas em tumbas em forma de maquetes ou pinturas parietais. Até o deus sol Rá utilizava uma embarcação para cruzar o céu. Então confira a imagem colecionável “A Barca Solar de Quéops” da Coleções DelPrado. Comprando através do nosso link o Arqueologia Egípcia ganha uma comissão. Clique aqui para adquirir a suaou aqui para ver mais colecionáveis.
Fontes:
This Miniature Boat Was Meant for King Tut’s Fishing Trips in the Afterlife
https://www.livescience.com/64922-lost-king-tut-boat-found.html
Encuentran en el Museo de Luxor una caja con objetos perdidos de la tumba de Tutankamón
https://www.abc.es/cultura/abci-encuentran-museo-luxor-caja-objetos-perdidos-tumba-tutankamon-201903071347_noticia_amp.html?__twitter_impression=true
Este ano a empresa Experius VR lançou um passeio virtual para que o público possa “caminhar” pela tumba de Nefertari, rainha que reinou no Egito durante o Novo Império, na 19ª Dinastia. Não se sabe qual a sua origem, mas é certo que ela se casou com o faraó Ramsés II antes da coroação dele e que possivelmente foi mãe de quatro meninas e quatro meninos.
Alguns egiptólogos acreditam que ela faleceu no 25º ano do reinado de Ramsés II, contudo, as circunstâncias são um mistério. Porém, ao menos se sabe que ela foi sepultada em uma necrópole que fica ao lado do Vale dos Reis, o chamado atualmente de Vale das Rainhas. A sua tumba foi encontrada por um arqueólogo italiano chamado Ernesto Schiaparelli (1856 – 1928) em 1904 e foi tombada como a QV-66. Infelizmente ela já tinha sido saqueada ainda na antiguidade e a múmia da governante possivelmente destruída [1].
Por ser ricamente decorada a QV-66 chamou a atenção de vários visitantes, mas, tragicamente alguns vandalizaram as imagens. Isso levou o Serviço de Antiguidades do Egito (atualmente o Ministério das Antiguidades) a permitir que 1986 fosse realizado um trabalho de restauro por parte do Instituto Getty de Conservação de Los Angeles. Ele se seguiu por cinco anos e a equipe recusou-se a fazer, por mais mínima que fosse, uma intervenção moderna nas pinturas (completar desenhos faltosos, por exemplo) para não abalar a integridade delas.
Entretanto, para preservá-las pós-restauro, a tumba foi fechada para visitações por alguns anos. Mas, atualmente ela se encontra aberta, porém a visita pode durar somente alguns minutos.
Já aqueles que não podem ir ao Egito tem outras alternativas para “conhecer” o lugar. São os passeios virtuais tais como da Experius VR (que exige o uso de óculos de realidade virtual HTC Vive) ou do Patola Games, um site de jogos educacionais hoje inexistente, mas, cujo arquivo do passeio ainda pode ser rodado mesmo em sistemas operacionais mais novos, tais como Windows 10. Saiba mais sobre ele no vídeo a seguir:
As imagens na tumba de Nefertari são belíssimas e totalmente dignas da esposa mais amada de Ramsés II, cujo nome significa “A Mais bela de Todas”. Mas, estas ilustrações não foram desenhadas sozinhas. Várias pessoas precisaram trabalhar nelas durante dias.
Então, se você quiser rememorar este momento e for um ávido colecionador de imagens a Coleções DelPrado possui uma cena que retrata os antigos pintores egípcios durante um trabalho em uma tumba. Tem alguns homens fazendo rabiscos na parede, preenchendo alguns hieróglifos com tinta e uma mesinha próxima com uns potinhos. Confiram clicando aqui.
Leia outros textos sobre a rainha Nefertari:
[1] A múmia da Rainha Nefertari foi mesmo encontrada?
A infância é uma época lúdica, mesmo no Egito Antigo onde existia uma separação tênue entre a tenra idade e a idade adulta, esta normalmente estabelecida a partir do momento em que a criança casava ou tinha forças para trabalhar. Esta transição era pronunciada pelo corte da trança lateral, símbolo dos infantes.
Porém, as brincadeiras geralmente não tinham idade. É tanto que podemos ver em relevos mesmo adultos participando de folguedos.
E tal como outras sociedades, nos sítios arqueológicos do Egito foram encontrados brinquedos e no vídeo abaixo vocês poderão conferir alguns deles.
Não possuímos muitos títulos acadêmicos em português sobre a Antiguidade egípcia e quando um surge precisamos aproveitar a oportunidade. Este é o caso da obra “Fortificar o Nilo: a ocupação militar egípcia da Núbia na XII Dinastia (1980-1790 A.C.)”, do historiador e arqueólogo Eduardo Ferreira, que é mestre em História Militar.
Publicado pela Chiado Editora, editora parceira do nosso site, esse livro é o resultado de uma dissertação de mestrado cujo foco são as fortificações egípcias da 12ª Dinastia; como eram usadas, construídas, etc. As fortalezas abordadas são aquelas da Segunda Catarata do Nilo, na Baixa Núbia, atual Sudão, e que passaram por um resgate de emergência na década de 1970, por conta da construção da Represa de Assuã. E é graças a essa represa que alguns desses edifícios hoje encontram-se em baixo da água, estando somente duas ainda visíveis.
O autor, já de início, deixa claro que os pesquisadores, no geral, têm pouco interesse em História Militar, preferindo então focar em temas culturais ou religiosos. Esclarecendo isso é possível entender melhor a importância desta obra.
O livro é dividido em 4 capítulos, todos possuindo subcapítulos. E ao longo de suas páginas vocês encontrarão termos que não são muito comuns para o público não acadêmico, como é o caso de “Grupo C”, “Uauat”, que se refere a Baixa Núbia, “Kerma”, “ta-seti”, que significa “Terra do Arco” e que era um dos nomes dados pelos egípcios para Núbia, etc. No canal do Arqueologia Egípcia no Youtube fiz uma resenha bem completa deste livro. Confira a seguir:
No primeiro capítulo ele fala sobre o papel de alguns faraós da 12ª Dinastia na construção de fortes e a ameaça bélica da Núbia. Também apresenta os medjay e os satu. Os primeiros, a priori, eram relacionados com os núbios, até que o termo se tornou uma designação para qualquer tipo de militar. É tanto que nesse livro são citadas as mulheres medjay, mas isso em relação a sua etnia. E os segundos eram os arqueiros núbios.
Um dos pontos que o autor salienta é que os exércitos núbios, em especial o de Kerma, usualmente são subestimados por alguns pesquisadores, que os tomam como inferiores em relação aos egípcios. É aí que ele explica a sofisticação militar desses povos que, inclusive, faziam uso de frotas.
No segundo capítulo um dos primeiros tópicos abordados é sobre a demografia no Egito e as cidades muradas. E então o autor parte para as fortalezas, explicando que não se sabe muito sobre como os habitantes delas viviam nem sobre a sua organização.
O motivo de se fixar fortes na fronteira com a Núbia também é explicado: em termos simples era para controlar e fixar uma fronteira, além de, claro, servir de apoio e base para as operações militares.
Ele também explica muito brevemente a presença de artefatos arqueológicos pertencentes aos núbios dentro dessas estruturas, e esclarece que algumas populações nativas levantaram residências próximas as fortalezas. A conclusão do autor do porquê da presença dessas pessoas em um “território hostil” como esse é de que essa proximidade com as fortalezas teria relação com a busca por proteção contra outros grupos também nativos da Núbia.
No terceiro capítulo ele trata dos elementos arquitetônicos dessas estruturas, abordado pontos como proteção e captação de água. Assim como questões sobre a vida dos soldados egípcios que viviam nesses lugares. As discussões sobre as formas de acesso, como portas e escadas, claro que também estão inclusas, assim como a existência, ou suposta existência, de espaços como quartel-general, arsenal, celeiros e casas de banho.
Já sobre a residência de generais e dos soldados comuns é uma grande incógnita e em complemento o autor se pergunta quantos indivíduos poderiam viver lá e qual a capacidade agrícola de um lugar desses.
Então no quarto capítulo é levantada a questão de quem eram as pessoas destacadas para ir para os fortes, discutindo o número de contingentes. Que tipo de pessoa aceitaria esse trabalho? O que eles ganhariam em troca? Eles recebiam algum incentivo financeiro? Novos cargos? Sabe-se que no Médio Reino os comandantes possuíam o cargo de “Generalíssimo” e no Novo Império eles passaram a ser vice-reis da Núbia, e isso seria um grande estímulo para ir morar em um lugar tão isolado. Porém, não está comprovado a existência física de um generalíssimo nas fronteiras.
Ele igualmente aborda como o recrutamento era realizado, explicando que a cada 100 jovens de um determinado local, um era levado para servir. E ele complementa falando que os recrutas poderiam exercer funções de policiamento ou escolta. Então temos a apresentação do cargo de patrulheiro, que também eram chamados de “caçadores”. Eles patrulhavam o deserto, as fronteiras e as cidades.
Em seguida ele faz uma abordagem sobre os armamentos, locais para a sua manufatura e materiais usados para fazê-los. Dentre as armas citadas estão as lanças, arcos, flechas, maçãs, machado, punhais e espadas.
E finalmente chegamos as conclusões finais, onde ele faz um resumo do que levantou no livro.
Uma abordagem geral sobre “Fortificar o Nilo”:
Em um livro cujo foco está em estruturas arquitetônicas, senti muita falta de boas reconstituições das fortalezas, muralhas, torres de vigia e postos sinaleiros. Na verdade, a obra contém ilustrações, mas algumas estão com a qualidade comprometida ou não possuem muitas informações. Por isso, acredito que quem é só um curioso que está interessado em conhecer um pouco mais sobre a história egípcia pode ter certa dificuldade, enquanto que um acadêmico se sentirá mais à vontade.
Eu também queria ver uma lista com os nomes das fortalezas em um mapa maior e com uma qualidade melhor. Alguns dos encontrados no livro infelizmente possuem letras pequenininhas.
Tirando esses detalhes, a obra é bem referenciada, ou seja, os interessados no assunto terão várias sugestões de bibliografia. Sem contar que ele é uma ótima base para quem quer estudar o tema militar, até porque está em português. É desnecessário dizer que isso é um grande bônus.
Esteticamente é um livro bonito e as folhas amareladas tornam a leitura agradável. Isso me deixa ansiosa para saber qual será a próxima publicação sobre o Egito Antigo da Chiado Editora. Lembrando que eles publicaram também o livro “Gramática Fundamental de Egípcio Hieroglífico”.
Após anos de espera finalmente possuímos uma resolução acerca dos trabalhos de busca por câmaras ocultas na tumba do faraó Tutankhamon, que reinou durante a 18ª Dinastia (Novo Império).
Desde 2015 o público acadêmico e curiosos têm esperado uma conclusão acerca desta teoria, que surgiu após a publicação de um artigo do egiptólogo britânico Nicholas Reeves, que sugeriu que a pequena tumba do rei, tombada como “KV-62”, possuiria indícios de entradas para outras câmaras funerárias. Ainda, de acordo com a teoria, estas câmaras seriam nada mais, nada menos, que pertencentes ao sepultamento da rainha Nefertiti, sogra do jovem governante.
Apesar de ser uma sugestão um tanto excêntrica o Ministério das Antiguidades do Egito a considerou plausível e por isso autorizou análises com radares na sepultura. A primeira ocorreu em 2016, liderada pelo próprio Reeves e apontou que existiria “70% de chances”, nas palavras do Ministro das Antiguidades da época, de que existiria câmaras ocultas na sepultura. No entanto, os resultados desta pesquisa foram questionados devido a sua imprecisão e a negativa do seu executor, o Hirokatsu Watanabe em liberar seus dados para que pudessem ser apreciados por outros acadêmicos e a imprensa (o que é comum com pesquisas científicas). Então uma segunda análise foi feita, desta vez pela National Geographic, que desconsiderou qualquer hipótese de existência de tais espaços vazios. Ambas estas pesquisas foram comentadas no nosso vídeo “Sobre as supostas câmaras ocultas na tumba de Tutankhamon” (clique aqui para assistir).
Então no final de 2017 o Ministério aprovou uma nova análise, desta vez liderada por uma equipe italiana. As pesquisas tiveram início em fevereiro (2018) e suas conclusões foram disponibilizadas agora no início de maio (2018) (e já comentada em nossa página no Facebook). O resultado? Não existem câmaras ocultas alguma na sepultura.
Agora poderemos fechar mais um capítulo relacionado com as pesquisas realizadas na tumba de Tutankhamon. Mas, vindo deste rei, agora é só esperar qual nova teoria surgirá sobre ele.
Tenha em casa: A Edições Del Prado, uma editora especializada em vendas de fascículos com imagens colecionáveis, possui uma coleção intitulada “Cenas do Egito Antigo”. Em uma delas você poderá ver egípcios pintando a parede de uma tumba, tal como teriam pintado as paredes da sepultura de Tutankhamon.