Por Márcia Jamille Costa
Na quarta-feira (23/06/10) foi anunciado por cientistas alemães que o faraó Tutankhamon teria morrido de uma desordem genética no sangue, e não de malária como foi anunciado no inicio do ano.
A teoria apresentada mundialmente no início deste ano fala que o faraó teria morrido devido a uma infecção óssea unida com a malária, mas os pesquisadores alemães do Instituto Bernhardt – Nocht de Doenças Tropicais de Hamburgo (norte da Alemanha), em carta ao JAMA questionaram a confiabilidade dos dados obtidos em fevereiro e anunciaram que, de acordo com os dados, o faraó apresentava sinais de anemia falciforme, uma mutação no DNA que provoca má formação das hemácias (que acabam assumindo uma forma semelhante à de foices).
Os alemães deixaram claro que a anemia falciforme pode ser completamente comprovada ou excluída do diagnostico com um exame especifico de DNA. Ironicamente a anemia falciforme é uma resposta da natureza contra a malária.
As “outras mortes” de Tutankhamon
O faraó Tutankhamon não teve sossego desde que sua múmia foi desenfaixada em 1926 pela a equipe do arqueólogo inglês Howard Carter. Desde que os cientistas tiveram a oportunidade de chegar próximo à sua múmia várias teorias começaram a surgir sobre o que teria causado a sua morte:
– 1968
Com o primeiro Raio-X da múmia os cientistas encontraram um orifício na nuca do faraó que teria sido originado por um golpe na cabeça. Foi visto que o corpo da múmia estava muito danificado e faltavam muitos ossos do tórax.
– 1993
Neste ano já tinha nascido a teoria do atropelamento por biga, mas não levada adiante.
– 1999
Bob Brier lança o seu livro The Murder of Tutankhamen falando sobre a teoria do assassinato com o golpe na nuca.
– 2002
Greg Cooper e Lieutenant Mike King gravaram um documentário onde é levantado que o faraó teria Klippel-Feil e foi assassinado com um golpe na cabeça.
– 2005
É feita uma tomografia da múmia onde foi observado que o que seria um ferimento no crânio, que teria causado a morte do rei, era na verdade um orifício feito durante a mumificação. O exame mostrou que a patela do joelho esquerdo estava ausente, o que levantou a hipótese de que ele teria se ferido gravemente nessa região, contraindo uma infecção que levou a sua morte.
– Fevereiro de 2010
Um exame de DNA aponta que o faraó teria morrido de uma infecção óssea unida com malária.
– Junho de 2010
Nova teoria aponta que o faraó sofreria de anemia falciforme.
Update – 15 de Setembro de 2012
– Setembro de 2012
Médico aponta que o faraó sofreria de epilepsia, o que teria relação com sua morte. No entanto, em termos de Arqueologia, todas as provas do médico possuem base frágil.
Eu penso que cada pessoa que estuda tutankamon tem uma “teoria” diferente para com o seu estudo.
Tutankhamon é o “queridinho” da arqueologia egípcia, logo arqueólogos e a imprensa sempre comparam os “grandes achados” com a descoberta da tumba dele (vide a descoberta da tumba do Senhor de Sipan que é muitas vezes comparada com a KV-62 ou a tumba do Chin Shi Huang Di que apostam que será “uma descoberta maior que a tumba de Tutankhamon), logo não é incomum que pessoas (do meio acadêmico, ou não) sempre lancem teorias e mais teorias sobre a morte dele, vende muito e só atiça cada vez mais a curiosidade das pessoas. Infelizmente é um fato.
[…] Mais uma teoria para Tutankhamon – Texto que lista as causas de morte dadas para Tutankhamon nos últimos anos. […]
Creio que precisa-se de mais pesquisa experimental e histórica para se chegar a resultados mais conclusivos sobre as questões desse faraó.
Creio que com o desenvolvimento de tecnologias mais novas e a obtenção de resultados mais confiaveis, possibilitará conclusões e diagnósticos mais precisos.