Pesquisas no Vale dos Reis apontam a existência de possíveis novas tumbas

Por Márcia Jamille | @MJamille | Instagram

O Vale dos Reis, hoje um dos sítios arqueológicos mais importantes do Egito, outrora foi utilizado amplamente como local de sepultamento da realeza egípcia durante o Novo Império. Ao todo foram encontradas 64 construções subterrâneas que oscilam entre tumbas e depósitos de objetos para mumificação, mas arqueólogos (as) acreditam que existem outras mais.

De acordo com a teoria, as estruturas desaparecidas podem incluir várias pequenas tumbas ou mesmo um grande sepulcro real. Entre os anos de 2007 e 2010 o Glen Dash Foundation for Archaeological Research atuou no local em auxilio a uma equipe de pesquisadores egípcios coordenados por Afifi Ghonim, arqueólogo do MSA e Inspetor-Chefe de Gizé. De acordo com ele, o projeto trata-se da “mais extensa exploração no Vale dos Reis, desde a época de Howard Carter”, disse ao LiveScience referindo-se ao arqueólogo inglês que descobriu a tumba de Tutankhamon em 1922.

Vale dos Reis. Imagem disponível em . Acesso em 09 de novembro de 2011.
Vale dos Reis. Imagem disponível em < http://www.touristspots.org/the-valley-of-the-kings-in-thebes-egypt/ >. Acesso em 09 de novembro de 2011.

“O consenso é que lá existam provavelmente várias pequenas tumbas como as recentemente encontradas KV-63 e KV-64 para serem encontradas. Mas ainda há a possibilidade de encontrar uma tumba real”, declarou Ghonim, “As rainhas do final da 18ª Dinastia estão faltando, assim como alguns faraós do Império Novo, como Ramsés VIII”.

A busca por túmulos no Vale dos Reis está sendo realizada com um radar de penetração no solo, que se trata de um método não invasivo no qual os (as) arqueólogos (as) lançam ondas de rádio de alta frequência que ao baterem em alguma estrutura ou objeto são refletidos de volta para o aparelho. Porém, falhas na própria estrutura geológica do vale podem dar falsos positivos, como quando uma equipe anterior acreditou ter encontrado com o auxílio do aparelho uma tumba do Novo Império, mais especificamente do Período Amarniano, mas ao escavar o local não encontrou nada.

Pôr do sol no Vale dos Reis. Foto disponível em . Acesso em 07 de junho de 2013.
Pôr do sol no Vale dos Reis. Foto disponível em < http://viajeaqui.abril.com.br/materias/rei-tut-segredos-de-familia#3 >. Acesso em 07 de junho de 2013.

Ghonim explica que também há outro problema: existe uma possibilidade de se encontrar uma múmia sepultada no local, mas que não se trata do seu ocupante original. Um exemplo é a KV-64, descoberta em 2011, onde foi encontrado o ataúde de uma cantora chamada Nekhmet Bastet, que viveu no Período Tardio.

Porém Ghonim é otimista e acredita que pode existir uma ou mais tumbas intactas. Mas ele explica que o seu objetivo no local não é somente procurar túmulos, mas realizar achados que nos façam entender mais acerca da vida no Egito Antigo, a exemplo da descoberta de um sistema de controle de inundações criado na antiguidade e que esperava-se que protegesse as tumbas de inundações e detritos, mas que em algum momento (acredita-se que meses ou poucos anos após a morte de Tutankhamon) se rompeu e acabou inumando as tumbas que se encontravam na base do Vale, dentre elas a KV-62, o que foi benéfico para ela, uma vez que a tumba ficou oculta para os saqueadores e somente descoberta no inicio do século XX por uma equipe de Arqueologia.

Outras descobertas realizadas por Ghonim têm relação com o estudo das antigas barracas de trabalhadores e os grafites realizados ao longo da história da visitação do Vale.

 

Texto na integra baseado no artigo Mummy Mystery: Multiple Tombs Hidden in Egypt’s Valley of Kings do site Livescience. Disponível em < http://www.livescience.com/41675-tombs-hidden-in-valley-of-kings.html >. Acesso em 05 de Dezembro de 2013.